Amor e morte – contra um Direito de Família póstumo
Amor E Morte
Contra Um Direito De Família Póstumo
Em memória de um grande e lendário amor
“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é mais forte que a morte”. (Cantares 8:6a)
Em uma padaria, tomando café, tratávamos sobre viagem de um dia a Alcobaça. A propósito, minha mulher lia para mim uma das versões da história de amor de Dom Pedro I de Portugal (não o do Brasil) por Dona Inês de Castro. Quando levantou os olhos, viu que eu estava chorando naquele local tão incomum para externar sentimos. As histórias que se convertem em lendas são sempre as melhores. De amor tão proibido, esta é emblemática.
A mais marcante história de amor de Portugal é, sem dúvida, a do proibido amor entre o infante Dom Pedro e Inês de Castro que era dama de companhia de sua mulher, Dona Constança Manuel. Pedro, sendo casado, tinha encontros românticos com Inês nos jardins da Quinta das Lágrimas. Com ela teve filhos, considerados bastardos. Constança, esposa do infante Dom Pedro, veio a falecer em 1345. Com seu falecimento, ele passou a viver com Inês. O caso de amor de Pedro e Inês, que já há muito era conhecido de todos, causava escândalo à Corte Portuguesa e contrariava os “castos costumes da época”. Seu pai, o rei Dom Afonso IV, sentiu-se afrontado e condenou veementemente aquela união.
Resistindo à censura pública e à desaprovação paterna aquele amor sobreviveu. Pedro e Inês viveram alguns anos em Paços de Santa Clara, em Coimbra, com seus três filhos. Mas o clamor contra o amor proibido só aumentava entre cortesãos de modo que, em janeiro de