O carrossel é um brinquedo próprio de parques de diversões constituído de uma grande peça circular que, girando em torno de um eixo vertical, tem em suas extremidades figuras de madeira ou de outro material, como cavalos, aviões etc., que servem de assento. A história de sua origem é um tanto confusa e imprecisa, mas foi na Europa, talvez na França, que esses brinquedos ganharam fama e se tornaram além do atrativo para diversão, uma porta gigantesca para que artesões pudessem mostrar ao público as suas magníficas obras coloridas e entalhadas. Na Filatelia iremos encontrar algumas emissões que fazem alusão aos cavalos de carrossel, como uma bonita série emitida pelos Estados Unidos e que reproduzimos aqui.
Mas esta poesia de vida que também singra as paisagens nas patas de um alazão qualquer, às vezes ganha vida própria e tem o poder de me levar lá na frente ou me devolver bem lá para trás.
A vida... essa vida que vivemos em círculos constantes é apenas um gigantesco carrossel, com seus cavalinhos entalhados e coloridos, que levam nos lombos nossos sonhos infantis, nossas ilusões adultas, nossos desejos mais secretos, nossas dúvidas mais cruéis e nossas vidas tão juntas e ao mesmo tempo tão separadas por estas cavalgadas intermináveis, onde jamais sabemos quem está na frente ou bem atrás. Esta cavalgada que parece um filme, um daqueles de jornada longa, com aventuras de todos os tipos e estilos, onde somos os personagens centrais, ainda que sejamos os mocinhos ou os bandidos. Uma aventura mágica, com trilha sonora única, digna da presença de um palhaço malabarista, capaz de tropeçar no próprio sapato e bater sua cabeça dura com a cabeça de pau de um desses cavalos inertes, mas incrivelmente cheio de vida.
A trilha segue, ilustrada por nossos gritos, nossas risadas, nossos acenos felizes, nossa esperança incrustada naqueles entalhes onde o artista dedicou horas a fio para obter um resultado todo especial.
O carrossel é arte pura e através dele, seguimos em frente, num círculo que nos faz lembrar a Terra girando ao redor do Sol e nos obrigando a mudar de estações, porque a viagem é longa e as flores estão sempre à nossa espera.
Claro que seria interessante rebuscar a história e fazer um levantamento apurado sobre a história desse brinquedo fantástico. Mas isto exige tempo, disposição e é um grande desafio. Assim, decidi transformar isso tudo numa crônica, que possa nos levar a outros tempos, a pensar no tempo presente e a reflexionar nossas atitudes perante a vida.
Em que carrossel nos escondemos?
- Pedro Brasil Júnior -
Dos sonhos construímos a existência. Das ilusões que bailam vida afora, extraímos o mais puro e transparente néctar. E através dele, de suas misturas tão misteriosas, podemos mais tarde saborear a doçura ou o amargor de nossas escolhas.
A vida pode ser um vigoroso alazão em galope constante, onde cavalgamos desenfreadamente na busca de alguma coisa que está por lá, em algum lugar dessa imensidão que nos cerca. Mas isto pouco importa!...
Começamos a cavalgar muito cedo, ainda que nem se perceba o estilo e a vontade de fazer bonito, de jamais cair do cavalo e se entregar a um instante de ridículo. Mas o que seria a conquista se não fossem nossos tombos? Como aprender mais sem cometer mais erros também?
Minha vida seria apenas e tão somente uma poesia perdida entre as páginas de um volume qualquer. Mas estaria lá, aguardando olhos mais atentos para demarcaram uma leitura dinâmica. Talvez muito pouco esses olhos levassem de mim. Talvez muito pouco também, eles deixassem para minha escolha.- Pedro Brasil Júnior -
Dos sonhos construímos a existência. Das ilusões que bailam vida afora, extraímos o mais puro e transparente néctar. E através dele, de suas misturas tão misteriosas, podemos mais tarde saborear a doçura ou o amargor de nossas escolhas.
A vida pode ser um vigoroso alazão em galope constante, onde cavalgamos desenfreadamente na busca de alguma coisa que está por lá, em algum lugar dessa imensidão que nos cerca. Mas isto pouco importa!...
Começamos a cavalgar muito cedo, ainda que nem se perceba o estilo e a vontade de fazer bonito, de jamais cair do cavalo e se entregar a um instante de ridículo. Mas o que seria a conquista se não fossem nossos tombos? Como aprender mais sem cometer mais erros também?
Mas esta poesia de vida que também singra as paisagens nas patas de um alazão qualquer, às vezes ganha vida própria e tem o poder de me levar lá na frente ou me devolver bem lá para trás.
A vida... essa vida que vivemos em círculos constantes é apenas um gigantesco carrossel, com seus cavalinhos entalhados e coloridos, que levam nos lombos nossos sonhos infantis, nossas ilusões adultas, nossos desejos mais secretos, nossas dúvidas mais cruéis e nossas vidas tão juntas e ao mesmo tempo tão separadas por estas cavalgadas intermináveis, onde jamais sabemos quem está na frente ou bem atrás. Esta cavalgada que parece um filme, um daqueles de jornada longa, com aventuras de todos os tipos e estilos, onde somos os personagens centrais, ainda que sejamos os mocinhos ou os bandidos. Uma aventura mágica, com trilha sonora única, digna da presença de um palhaço malabarista, capaz de tropeçar no próprio sapato e bater sua cabeça dura com a cabeça de pau de um desses cavalos inertes, mas incrivelmente cheio de vida.
A trilha segue, ilustrada por nossos gritos, nossas risadas, nossos acenos felizes, nossa esperança incrustada naqueles entalhes onde o artista dedicou horas a fio para obter um resultado todo especial.
O carrossel é arte pura e através dele, seguimos em frente, num círculo que nos faz lembrar a Terra girando ao redor do Sol e nos obrigando a mudar de estações, porque a viagem é longa e as flores estão sempre à nossa espera.
Vamos a elas como abelhas serviçais, carregando o néctar para fabricar aquela transparência que há muito perdemos e cujo brilho, apagamos com nossas mãos imundas e nossos pensamentos insanos. Aquele cristal único que decidimos lixar com nossa ignorância e assim, criar uma opacidade cruel, que esconde de nós mesmos a verdade mais tênue e que nos obriga a seguir em círculos numa busca ansiosa por nosso próprio caráter. E onde havemos de estar senão apenas e tão somente em nosso magnífico carrossel?
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